Quando não te doeu acostumar-te a mim, à minha alma solitária e selvagem, a meu nome que todo afugentam. Tantas vezes vimos arder o luzeiro nos beijando os olhos e sobre nossas cabeças destorcer-se os crepúsculos em girantes abanos. Sobre ti minhas palavras choveram carícias. Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado. Chego a te crer a dona do universo. Te trarei das montanhas flores alegres, copihues, avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos. Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas. (Pablo Neruda)